O que são as Altas Habilidades e Superdotação?

 Se você acompanha o blog da CELD, já sabe que sempre buscamos trazer assuntos e temas voltados para o desenvolvimento humano de qualidade de vida, saúde e lazer, desde a infância até a vida adulta. E hoje temos uma novidade aqui no blog, convidamos a Neuropsicopedagoga Katiane de Stassun para abordar um dos temas mais importantes para a nova geração: as altas habilidades. 

Nosso propósito é trazer luz sobre o tema e te informar da melhor maneira e com qualidade sobre o assunto e responder algumas perguntas: o que é? Como saber identificar? Como reagir? Essas e outras perguntas serão respondidas no texto a seguir. Boa leitura!

 

Se trata de genialidade?

Os termos “Altas habilidades e superdotação” (AH/SD) foram indexados juntos, no DSM V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), como forma de proporcionar direitos de assistência à aprendizagem de estudantes com tais condições. Embora, não se trate de transtorno, gera características que requerem atenção para o desenvolvimento dos estudantes.

       Quando se fala em Altas Habilidades, normalmente se pensa em QI (Quociente de inteligência). A média de QI dos brasileiros gira em torno de 83 à 87 pontos. Uma pessoa com altas habilidades ou superdotação, apresenta um QI em torno de 130 pontos.  Acima desta equivalência, a pessoa é considerada um gênio.

       É importante considerar que os testes de QI, avaliam a inteligência   delimitando habilidades linguísticas e matemáticas que giram em torno do raciocínio e da memória, com agilidade e precisão nas respostas. Porém, as Altas Habilidades que uma pessoa possa desenvolver não necessariamente esteja relacionada com as habilidades lógicas das Ciências Exatas.  Tampouco com agilidade e precisão visto que o cérebro humano é plástico, complexo e diverso em sua funcionalidade.

Inteligências Múltiplas

       Atualmente, há muitas e boas pesquisas relacionadas à multidimensionalidade das Altas Habilidades humanas. A mais famosa delas, é de Howard Gardner que especifica em sua teoria das inteligências múltiplas: inteligência musical, natural, existencial, intrapessoal, interpessoal, físico-cinestésica, espacial, linguística e lógico-matemática. Todas de grande relevância para o desenvolvimento da vida social.

Inteligência Emocional 

       Outra fonte de pesquisa de grande importância na atualidade é “Inteligência Emocional”, do PhD, Daniel Goleman.  Em seu best-seller, Goleman destaca habilidades emocionais: conhecer as próprias emoções, controlar as emoções, a automotivação, a empatia e o relacionamento interpessoal, como essenciais para o desenvolvimento da inteligência de um indivíduo.   Entendo tais habilidades como fundamentais em os âmbitos da vida, em especial para situações e cargos de liderança. Neste sentido, indico a leitura deste livro também para empreendedores e pessoas em cargos de chefia.

       Os documentos nacionais da educação para garantia de direitos trazem como altas habilidades as seguintes áreas: capacidade intelectual, aptidão acadêmica, capacidade de liderança, pensamento criativo-produtivo, talento especial para artes, capacidade psicomotora. 

Quando o indivíduo é dotado de Altas Habilidades é um Transtorno do Neurodesenvolvimento, chamamos de Dupla Excepcionalidade ou Dupla Especificidade. É o caso da incidência de Altas Habilidades e TDAH (Transtorno do Déficit da Atenção e Hiperatividade), ou Autismo dentre outros Transtornos do Neurodesenvolvimento. Sendo estes dois citados, os mais comuns.

Características das Altas Habilidades  

Tudo bem: altas habilidades. E daí? Muitas pessoas questionam e comentam: 

–  Mas, ter altas habilidades não é maravilhoso?

– A pessoa é um gênio e só flui na vida!

– Podemos cobrar tudo perfeito de quem tem altas habilidades.

       O indivíduo com altas habilidades costuma apresentar características que podem dificultar uma socialização comum e saudável entre seus pares. Isto porque o cérebro de uma pessoa com altas habilidades ou superdotação, costuma funcionar sobremaneira autocrítica com níveis de raciocínio e associação muito elevados para os padrões comuns da sociedade.

Vamos falar sobre estes prejuízos sociais, que, mesmo não sendo regra, estão presentes em grande parte da população com altas habilidades ou superdotação:

  •       Prejuízo no filtro social:  não sabem fingir ou disfarçar e sua fala é direta. Embora, possam desenvolver estas características com o passar do tempo; o que chamamos de masking – mascaramento.
  •   Não sabem mentir. O que chamamos de mentira social, a que utilizamos para evitar constrangimentos, a pessoa com altas habilidades normalmente tem muita dificuldade para realizar.
  •       Agilidade na leitura social: a  “teoria da mente”, em que se observa a pessoa num determinado contexto e se compreende suas intenções sem que ela explique por palavras.  A pessoa com altas habilidades normalmente aprende desde pequeno a ler as intenções da outra pessoa e esta habilidade só se aprimora com o passar do tempo.

 

Quando crianças, se não estimulados adequadamente, tendem a perder com maior facilidade a motivação pelos estudos, ficando inclusive traumatizados com a escola. A depender do temperamento do indivíduo, este pode desencadear problemas psicológicos como depressão, ou criar mecanismos de fuga do sistema como:  evasão escolar, vícios dentre outras.   

 

Curiosidade sobre o cérebro

Recentemente, os cientistas descobriram no cérebro de pessoas com altas habilidades, que o lobo frontal sustenta ligações mais espessas com o lobo parietal (das sensações, da fala…)  Estas pesquisas requerem maturidade e avanços nos processos, mas, por hora, são suficientes para explicar sensibilidades, precisões e agilidades em questões sensoriais, e de linguagem.

Importante destacar que as características comuns em pessoas com altas habilidades, podem ser identificadas também em transtornos do neurodesenvolvimento como o Autismo, por exemplo.  Somente especialistas no assunto poderão verificar e atestar o quadro crítico de cada indivíduo. O importante é que se busque auxílio adequado para que esta criança tenha o acompanhamento necessário para prosperar na vida.

 

                                                               

  Katiane de Oliveira Rossi Stassun

Pedadoga com Habilitação em Educação Especial. Especialista  em Neuropsicopedagogia Institucional e Clínica. Formada em ABA protocolo Ouro.

Formada em Avaliação e interpretação do protocolo VB-MAPP.

           Analista do Comportamento em Formação (ABA) e Treinadora de Neurofeedback.

 

 

 

CELDCASTT com KATIANE STASSUN

Assista a entrevista completa em nosso cana do YouTube. Um bate-papo sobre altas habilidade, educação e saúde emocional! Clique no link abaixo e confira!

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